sexta-feira, 26 de abril de 2013

Como conseguir clientes na Clínica de Psicologia?


Pessoas que ingressam na faculdade de psicologia com objetivo de tornarem-se psicólogos podem atuar nos mais diversos campos onde existe o comportamento Humano, entre eles, estão: a área de Recursos Humanos, o Trânsito, as Ongs, os Hospitais, a Saúde Pública, o Judiciário, o marketing, a clinica psicológica, entre outros.

Estratégias gerais para atração de clientes em clinica psicológica

No geral pensei e recolhi observado a conduta de alguns terapeutas / médicos / empreendedores de clínicas, as seguintes estratégias:

- Fazer parceria com redes de convênios para encaminhamento a clinica particular;

- Fazer parceria com clinicas escolas, pois os casos graves reprovados em triagem que não podem ser atendido por estudantes cabe ao terapeuta já formado;

- Marketing Boca - Boca, ou seja, se você não avisa, quem vai saber que você é psicólogo?

- Registro no conselho regional de psicologia (Pasmem, ainda há muitos psicólogos atuando sem registro!), fora as complicações éticas / legais e perda do título, se um cliente entrar em contato com esta contingência, pode colocar em risco o atendimento de clientes em toda classe (Vide conceito de generalização de estímulos);

- Criação de site, hoje em dia, o http://www.google.com.br/ é a bíblia da busca, se você não está lá, está excluído (Vide conceito de seleção natural);

- Distribuição de cartão ao seu público alvo, contendo contato, endereço, etc.

- Dar palestras gratuitas em sua clinica sobre temas relacionados a saúde, por exemplo, seu eu sou especialista em obesidade, dou uma palestra introdutória ao tema, a importância de olhar para este fenômeno com cunho de saúde, etc, e na palestra fica a divulgação do serviço terapêutico. Aqui, você cede gratuitamente a sua mão-de-obra, presta responsabilidade social na orientação básica da comunidade em torno da sua clinica, mostra ao público a seriedade do seu serviço e de quebra, pode angariar cliente direcionado a sua especialização;

- Fazer convênio com empresas, por exemplo, forneço preço diferenciado para atendimento de funcionários para sua empresa, é preciso vender a idéia aos empresários de que o funcionário em equilíbrio biopsicoscial é mais produtivo e feliz;

- Em alguns atendimentos, é necessário expandir o atendimento clinico aos parceiros de relacionamento do cliente, à família, aos avós, etc. Entretanto, questões éticas e metodológicas o impedem de atender todos eles. Não seja "mesquinho", convide um ou mais amigos de sua confiança (psicólogos é claro!) ofereça o caso e cobre parte do ordenado, afinal ele precisa de atendimento e você também, atue como supervisor destes casos "de família".

- Alguns bairros editam a revista local com as propagandas, coloque a propaganda da sua clinica neste veículo de comunicação.

- Fazer convênio com associações desportivas, de repente sua especialização clinica é voltada ao esporte, você pode fazer contato com as torcidas organizadas, divulgar o serviço aos torcedores, mural de avisos, etc.

- Fazer convênio com escolas, de repente pais e educadores não sabem para onde encaminhar pessoas com problemas de aprendizagem, apoio ou atraso, etc. Entre em contato com as escolas em torno da sua clinica, fale sobre o seu objetivo e deixe um contato, visite a escola, trabalhe a sua credibilidade para com ela.

Texto de Eduardo Tadeu Alencar
Artigo Completo em: COMPORTE-SE

A Polêmica da Ritalina contra a Inquietação na Vida Escolar


Apesar da peculiaridade de cada criança, algumas características são inerentes à maioria delas. Impaciência e falta de atenção para atividades que não as cativam entram nesse grupo. Mas é importante ficar atento, pois uma linha tênue separa o comportamento normal dos sintomas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) — um tipo de transtorno neurobiológico provocado por mau funcionamento das estruturas neurais que se caracteriza por desatenção, inquietude e impulsividade.
 
 
Nos estudos, o professor de inglês Rafael Garcia Ribeiro, de 22 anos, nunca foi indisciplinado. Apesar de inquieto, era dono de um boletim invejável, recheado de boas notas. Mas na época em que foi prestar vestibular pela segunda vez, a falta de concentração começou a ficar mais evidente e se tornar um obstáculo. “Não conseguia me concentrar nos estudos, ficar muito tempo focado. Resolvi marcar uma consulta com um psiquiatra. Ele me passou um questionário, fez algumas perguntas sobre meu cotidiano e notou que eu apresentava sinais de hiperatividade. Ele me diagnosticou como portador de TDAH”, lembra Rafael.
 
Como se trata de uma doença neuropsiquiátrica, o Dr. Marcelo Gomes, neuropediatra e Diretor da Área Terapêutica da farmacêutica Novartis, explica que não existe um marcador biológico que identifique a doença, apenas é possível fazer o diagnóstico clínico, baseado em análise do cotidiano. “O diagnóstico do TDAH é feito por informações da rotina do paciente. Se são crianças, colhemos esses dados com os pais e nas escolas. Baseado nessas informações, junto com o questionário feito em consultório, descobrimos se existe ou não o transtorno”, afirma. No questionário, é preciso que os pacientes se encaixem em seis ou mais situações de desatenção ou sintomas de hiperatividade descritos.
 
No tratamento, além do acompanhamento psicológico, também é utilizada medicação à base de metilfenidato, substância química estimulante. Aqui no Brasil, a única medicação com essa substância é a ritalina, da farmacêutica Novartis. Os preços podem variar de R$19 a R$200 dependendo da quantidade de mg e de comprimidos.
 
Os estimulantes presentes no medicamento aumentam a liberação de dopamina (importante neurotransmissor precursor natural da adrenalina) em determinados circuitos do sistema nervoso central, ajudando a corrigir o funcionamento deficitário e auxiliando no controle da hiperatividade.
Após ser diagnosticado, Rafael começou a tomar ritalina. Na primeira semana, tomava 10 mg do medicamento, dividindo o comprimido ao meio, até se acostumar com os efeitos colaterais, que incluem insônia, enjoo e dor de cabeça. Como na época o professor tinha 90 kg 1,90 m, foi preciso aumentar a dose.“Em poucos meses passei a tomar dois comprimidos”, lembra Rafael.
 
Rafael percebeu melhora razoável na concentração. Sentiu-se mais atento aos estudos e menos ansioso – apesar de o remédio não ser destinado especialmente para esse fim. “Não sei se tem relação, mas cheguei até a emagrecer. A ansiedade ficou controlada e, com isso, a vontade de comer passou”, lembra. A perda de peso pode ter relação com o medicamento, já que na bula está descrita a possível diminuição do apetite.
 
Leia mais em: Drº. Drauzio Varella

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Depressão pós-parto

Em entrevista concedida ao Dr. Drausio Varella, o Dr. Frederico Navas Demétrio, psiquiatra do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e autor do livro “Entendendo a Síndrome do Pânico” (Ediouro), fala sobre a depressão pós-parto.

"É importante estabelecer essa diferença. A tristeza pós-parto é quase fisiológica. Dependendo da estatística, de 50% a 80% das mulheres apresentam certa tristeza, certa disforia e irritabilidade que têm início em geral no terceiro dia depois do parto,  dura uma semana, dez, quinze dias no máximo, e desaparece espontaneamente. Já a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia."
"O pós-parto é um período de deficiência hormonal. Durante a gestação, o organismo da mulher esteve submetido a altas doses de hormônios e tanto o estrógeno quanto a progesterona agem no sistema nervoso central, mexendo com os neurotransmissores que estabelecem a ligação entre os neurônios. De repente, em algumas horas depois do parto, o nível desses hormônios cai vertiginosamente, o que pode ser um fator importante no desencadeamento dos transtornos pós-parto. Mas esse não é o único fator. Todos os sintomas associados ao humor e às emoções são multideterminados, ou seja, não têm uma causa única. Portanto, não é só a deficiência hormonal que está envolvida tanto na tristeza pós-parto, quanto no quadro mais grave que é a depressão pós-parto."

Drauzio – Que fatores são esses?
Frederico Navas Demetrio - Mulher com história de depressão no passado, seja relacionada ou não com o parto, ou depressão durante a gravidez (quadro menos frequente, mas também possível) está mais sujeita a desenvolver transtornos depressivos. Alguns fatos, por exemplo gravidez não desejada ou não planejada, causam aumento do estresse ao longo da gestação e podem contribuir para o aparecimento do problema.
Drauzio –  Como você distingue a simples tristeza pós-parto de curta duração que passa  espontaneamente da depressão que precisa ser tratada adequadamente?
Frederico Navas Demetrio –. Diante de um paciente com palidez cutânea que reclama de fraqueza, o médico pede um hemograma que confirma o diagnóstico clínico de anemia. Em psiquiatria, não existem exames complementares para respaldar o diagnóstico, que depende basicamente dos sinais e sintomas que a pessoa apresenta, de como eles se manifestam ao longo do tempo e de sua intensidade. Outro conceito importante para distinguir a tristeza da depressão pós-parto é determinar se o transtorno é disfuncional, isto é, se interfere na vida do dia a dia.
(...) A depressão instala-se lentamente; só de quatro a seis semanas depois do parto o quadro depressivo torna-se intenso. É uma doença que exige tratamento mais agressivo com medicamentos.
Por isso, se atendo uma mulher, uma semana depois de ter dado à luz, com os sinais clássicos de tristeza puerperal, que pode ter sido desencadeada até por privação do sono – às vezes, o bebê acorda muito à noite – e por mudanças hormonais, recomendo que espere um pouquinho, pois essa sensação desagradável poderá desaparecer em alguns dias sem deixar vestígios. Ao contrário, se os sintomas foram se instalando gradativamente ao longo de várias semanas e ficando piores a cada dia, ela pode estar desenvolvendo um quadro de depressão pós-parto.
SINAIS DE ALERTA
Drauzio – Como a mulher que está se sentindo meio entristecida depois do parto pode perceber que aquilo é algo passageiro, ou sintoma de uma depressão mais grave?
Frederico Navas Demetrio – Para a mulher que deu à luz há poucos dias, é quase certo que os sintomas desaparecerão espontaneamente em duas ou três semanas. No entanto, aquelas que deram à luz há um mês, um mês e meio, e estão cada vez mais tristes, precisam prestar atenção em alguns sintomas fundamentais.
O primeiro é que a tristeza não está relacionada só com o nascimento da criança. Não está restrita ao fato de não se considerar boa mãe nem suficientemente capaz para cuidar do bebê. A tristeza permeia outros contextos de sua vida. A mulher deprimida perde o interesse pelo programa de televisão que gostava de ver, pelas leituras que lhe davam prazer, pela profissão. Às vezes, a licença-maternidade está chegando ao fim e ela pouco se importa com a perda do emprego se não reassumir o cargo.
Outros sintomas são a sonolência, a falta de energia durante o dia inteiro, o desinteresse pelo marido, o desejo sexual que não retorna e as alterações do apetite para mais e para menos. Algumas ficam famintas e comem muito. Outras nem podem chegar perto dos alimentos.
A ansiedade faz parte também do quadro de depressão pós-parto. A mulher tem ataques de pânico sem ser portadora desse transtorno ou pode desenvolver comportamentos obsessivos em relação à criança como agasalhá-la demais ou verificar a cada instante se ela está respirando.
Drauzio – Toda mulher faz isso quando tem um filho. Como saber se esse sintoma faz parte de um quadro patológico?
Frederico Navas Demetrio – Na depressão pós-parto, esse comportamento é exagerado e está associado a muita tristeza. Acima de tudo, o sofrimento é enorme e a pessoa está consumida pela sensação de fim de linha e de sua capacidade para sair daquela situação. De qualquer forma, repito, é sempre preciso considerar o conjunto dos sintomas para fechar o diagnóstico.
PREVALÊNCIA
Drauzio – A depressão pós-parto é mais frequente no nascimento do primeiro filho ou aparece também nas outras gestações?
Frederico Navas Demétrio – Depende dos antecedentes da mulher. Se ela teve depressão no pós-parto de um filho, a possibilidade de repetir o quadro em outra gestação é de 50%.
Na verdade, a recorrência da depressão é muito alta. Ela é considerada uma doença episódica recorrente e a tendência é manifestar-se novamente se repetida a situação em que surgiu pela primeira vez.
Drauzio – Mas isso acontece também com a depressão comum…
Frederico Navas Demetrio – Ocorre, sim. Em 50% dos casos, quem teve depressão uma vez vai repetir o quadro em algum momento da vida. Se ela se manifestou no período pós-parto, cerca de 30% das mulheres correm o risco de desenvolver a doença fora desse período.
Drauzio – A psicoterapia também ajuda a tratar da depressão?
Frederico Navas Demetrio – Como a depressão em geral tem múltiplos fatores determinantes, isto é, não é provocada só por condições biológicas, mas tem fatores sociais e familiares envolvidos, a psicoterapia individual ajuda a mulher a lidar melhor com o problema e a descobrir que tem um potencial que precisa ser estimulado.
Drauzio – Nos casos em que a depressão não é diagnosticada e evolui sem tratamento, há risco de suicídio?
Frederico Navas Demetrio – Embora localizada no período pós-parto, a depressão se comporta da mesma maneira que nas outras fases da vida, e o risco de suicídio existe. No caso específico da depressão pós-parto, a forte ligação entre mãe e filho acaba protegendo um pouco a mulher. Mas, se a evolução da doença for muito negativa e os sintomas se agravarem progressivamente, ela pode chegar à conclusão de que é realmente incapaz de cuidar da criança e, infelizmente, cometer suicídio.
Drauzio – Muita gente confunde depressão pós-parto com os casos de psicose em que a mãe agride e eventualmente mata o filho. Existe alguma relação entre essas duas doenças?
Frederico Navas Demetrio – Depressão pós-parto e psicose puerperal são quadros muito diferentes. Felizmente, os casos de psicose são raros. A prevalência é de um caso para cada cem mil nascimentos.
O início da psicose puerperal é precoce. Durante a primeira semana depois do parto, a mulher perde o contato com a realidade e começa a acreditar em coisas que não existem, a ouvir vozes, a ter a sensação de incorporações com entidades, delírios e crenças irracionais.
Às vezes, imagina possuir superpoderes e pode lesar a criança não intencionalmente, mas porque acha que pode voar e atira-se pela janela com o bebê no colo. Essa doença muito grave é bem diferente da depressão que começa várias semanas depois do parto e evolui gradativamente.