Assisti ao vídeo que o Feliciano divulgou explicando a proposta conhecida como "CURA GAY". Pois bem, quero dar minha humilde opinião. Eu concordo que o sujeito deve ter direito de procurar o serviço de psicologia quando acha que precisa reduzir e/ou eliminar suas angústias de qualquer ordem, inclusive a homossexualidade. Isso já acontece hoje, porque o psicólogo não está proibido de falar sobre a homossexualidade com o paciente/cliente, o que ele não pode é tentar mudar a orientação sexual de uma pessoa. Assim como NÃO PODE tentar induzir ninguém a nada. Pelo contrário, deve auxiliar na busca de auto-conhecimento visando beneficiar o paciente. Eu não vejo que TIRAR o parágrafo que cita a PROIBIÇÃO de cura gay do concelho de ética do psicólogo, como algo benéfico. O Feliciano diz que a mídia distorceu a fala dele (coisa que eu nunca vou duvidar, afinal a mídia tem seus poderes), mas ele também está distorcendo o que está escrito na resolução do CFP, pois a verdade é que o psicólogo não está proibido de estudar a homossexualidade, mas está sim, proibido de tratar e curar a homossexualidade, visto que não é doença. Outra coisa, quem disse que o psicólogo não pode se pronunciar? Se o Feliciano lesse o parágrafo até o final, deixaria claro a verdade. A verdade é que o psicólogo não pode se pronunciar de forma que incite o preconceito. E isso é óbvio. Mas ele coloca de maneira diferente, como se o psicólogo estivesse impedido de falar em público. Claro, se for para promover a homofobia, conforme está escrito, ele não pode se pronunciar. Só que tem uma coisa que eu tenho que concordar com o pastor. Realmente, acredito que a rede Globo, entre outras emissoras, desviaram e desviam a atenção para o que é mais importante, não que este assunto não seja, mas há pessoas morrendo em fila de hospital porque a notícia de corrupção não chega a população, e quando chega, vem de maneira que poucos conseguem entender, às vezes até, amenizada. Então fica a minha opinião, força Brasil! Vamos acabar com a corrupção, pois essa é causa primária de todos os males deste país.
terça-feira, 25 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
Homossexualismo
•CAUSAS
A SEREM INVESTIGADAS:
•Genética;
•Biológica;
•Social;
•Histórico
familiar;
•Psicológica;
•Escolha
pessoal;
Lembrando: O homossexualismo existe em todos
os tempos da história humana.
•Genética
•Fatores
hereditários podem contribuir, segundo os defensores da origem genética da homossexualidade.
Eles usam
como argumento os trabalhos que encontraram concentração mais alta de
homossexuais em determinadas famílias e os que mostraram maior prevalência de
homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes
sem nenhum contato pessoal.
Porém:
A
propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. De
nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No
decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocaram
tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se
tornou absolutamente irreconhecível e original. Ou
seja:
•Cada indivíduo
é um experimento único da natureza porque resulta da interação entre uma
arquitetura de circuitos neuronais geneticamente herdada e a experiência de
vida.
•Biológica
•O
homossexualismo (assumido) representa 5% da população mundial.
•A
discussão sobre a natureza da homossexualidade mobiliza a psicologia e outros
campos da ciência. Seria ela determinada por fatores biológicos ou culturais?
•Uma
pesquisa divulgada na semana passada, feita pelo Stockolm Brain Institute, do Instituto Karolinska, na
Suécia, foi recebida pelo meio científico como a prova mais consistente até
hoje do peso do fator biológico na homossexualidade. A conclusão da pesquisa
mostra que o cérebro de pessoas homossexuais se assemelha mais ao de indivíduos
do sexo oposto do que ao de heterossexuais do mesmo sexo.
•Social
•A
Homossexualidade vem sendo palco de discussão em diversos meios de comunicação.
•A
Orientação homossexual refere-se a atração emocional, afetiva ou sexual por
indivíduos do mesmo gênero. Por tanto, pode ser entendida como uma experiência
profundamente individual do gênero de cada pessoa, que pode ou não corresponder
ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo (que pode
envolver, por livre escolha, modificação da aparência, ou outra expressão de
gênero, que inclui a vestimenta, modo de falar e maneirismos).
•“A adolescência já é por si só uma fase de significativas mudanças corporais e comportamentais. A consciência cognitiva que uma pessoa tem de si mesma como homossexual ou bissexual geralmente ocorre no inicio da adolescência, com a instalação do desenvolvimento do pensamento abstrato formal e da capacidade de auto-refelxão.” (HART & RICHARDSON, 1983, p.101).
•“No
microssistema escolar representa para a criança e o adolescente uma
oportunidade única de socialização. É na escola que além da aprendizagem formal
e do desenvolvimento cognitivo, os jovens aprendem a conviver, cooperar,
compartilhar competir e buscar seu espaço no contexto social mais amplo. O
microssistema escolar é um espaço para o desenvolvimento intelectual, social,
emocional e moral.” (KOLLER, LISBOA,. 2004, p.17 ).
•Para Bronfenbrenner
(1996, p.7), os eventos que contribuem para o desenvolvimento são mais
imediatos e potentes, como as atividades que outras pessoas realizam com ela ou
na sua presença.
•A
aprendizagem não ocorre apenas no cotidiano escolar, como a leitura e a
escrita, mas no desenvolvimento biopsicosocial da
criança e do adolescente, na sua interação e atitudes com os pares e o seu
meio. (FRANGIE ISKANDAR, 2011, p. 14417 )
•Social
e Familiar
•Inegavelmente,
a família é o primeiro meio de socialização da criança, em que ela receberá a
base inicial do que consiste a vida em sociedade, quer seja um grupo
constituído segundo a estrutura nuclear moderna que a sociedade como um todo
tem como modelo, ou organizada de acordo com outras possibilidades. Agentes,
como escola, igreja e a comunidade em que ela está inserida também contribuirão
para o processo socializador, trazendo elementos para a construção social do
indivíduo. Berger e Luckmann, 1974; Gomes, 1994 in SZYMANSKI 2006)
•Familiar
•Até
meados do século XX não havia muitas dúvidas sobre a questão. O homossexualismo
era catalogado pela Organização Mundial de Saúde como distúrbio mental e a
culpa quase sempre recaía sobre a educação recebida dos pais.
•Freud
considerava a homossexualidade uma forma
disfuncional no desenvolvimento do indivíduo, causado por um pai ausente
ou por uma mãe superprotetora. Os
estudos mais recentes indicam que, embora as experiências de vida possam
concorrer para que alguém se torne homossexual, os fatores biológicos,
decididamente, têm um papel nesse processo.
•Psicológica
•A Organização
Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID 10). No
Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Medicina reafirmou a decisão da American
Psychological Association. Ou
seja, o homossexualismo não pode ser considerado, cientificamente, nem
psicologicamente um transtorno metal.
•Escolha
•Três
orientações sexuais são facilmente reconhecidas: homossexual, atração erótica
e/ou afetiva por indivíduos do mesmo sexo; heterossexual, atração por
indivíduos do sexo oposto; ou bissexual, atração por membros de ambos os sexos.
Pessoas com orientação homossexual também são chamadas de gays (tanto homem
quanto mulher) ou lésbica (apenas mulheres).
•Orientação
sexual é diferente de comportamento sexual, porque se refere a sentimentos e auto-identificação.
Algumas pessoas, por medo ou repressão, não expressam a sua orientação sexual
em seus comportamentos.
•A
orientação sexual não é limitada a um tipo particular de pessoa. Os gays e as
lésbicas pertencem a todas as idades, classes sociais, culturas,
raças, religiões e nacionalidades. Eles trabalham em todas as profissões e
moram em todos os lugares do país. Somos milhares e estamos em todas as partes.
•O
QUE DETERMINA A ORIENTAÇÃO SEXUAL DE UMA PESSOA?
•Os cientistas
ainda não têm resposta definitiva como uma orientação sexual em particular se
desenvolve em qualquer indivíduo. Várias teorias têm sugerido diferentes fontes
para a orientação sexual, inclusive fatores hormonais, genéticos ou congênitos,
além de experiências vivenciais durante a infância. No entanto, muitos
cientistas compartilham a visão de que a orientação sexual seja moldada, na
maioria das pessoas, nos primeiros anos de vida, através de complexas
interações de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
•A
ORIENTAÇÃO SEXUAL É UMA ESCOLHA ?
•Para a
maioria das pessoas, a orientação sexual emerge no início da adolescência,
antes mesmo de qualquer experiência sexual. Algumas pessoas relatam terem
tentado, durante muitos anos, mudar a sua orientação sexual de homossexual para
heterossexual, sem sucesso. Por estas razões, os psicólogos não consideram que,
para a maioria das pessoas, a orientação sexual seja uma escolha consciente,
que possa ser voluntariamente mudada. Por isso, não se deve falar em
"opção ou escolha sexual" mas em "orientação sexual".
•FONTE
FILME INDICADO SOBRE o ASSUNTO:
quinta-feira, 13 de junho de 2013
MATERNIDADE, GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Na atuação com
mulheres que estão nos períodos de gestação e *puerpério, se psicólogo
compreender e explicar todos os seus fenômenos aparentes somente pelo olhar
psicológico, estará cometendo um grande erro, pois nesses períodos, as mulheres
apresentam alterações hormonais, corporais, sociais e profissionais, por isso,
é preciso saber que há a existência de outras variáveis que não são apenas
psicológicas. Desse modo, o psicólogo não pode se limitar a ter um conhecimento
restrito à psicologia, é necessário o conhecimentos de aspectos sociais e
biológicos.
O psicólogo
deve conhecer as fases de uma gravidez, pois só assim poderá orientar a
gestante em cada estágio, já que cada período tem características diferentes e
riscos específicos.
*puerpério –
dura por volta de 8 semanas.
O pré-natal, quando é feita a prevenção de
problemas gestacionais e o controle para o desenvolvimento de problemas
psicológicos, é uma das primeiras formas do contato da mulher com a própria
gravidez e, é nesse momento que os pais podem falar sobre suas dúvidas e
fantasias. Também é quando os fatores de risco psicológico são identificados.
Fatores de risco:
- gravidez
indesejada
- na relação
conjugal
- história
prévia de problemas psiquiátricos
- conflitos
sobre a própria maternidade
- baixo apoio
psicossocial
- menoridade
- ser solteira
- antecedentes
de aborto e possibilidade de interromper a atual gravidez
Como identificar os sintomas?
Muitos dos
sintomas naturais da gestação estão sobrepostos à sintomatologia depressiva:
cansaço, letargia, labilidade emocional, irritabilidade, mudanças de apetite,
diminuição da libido, distúrbios do sono e preocupação com o corpo. Assim, a avaliação
psicológica ajuda na discriminação de sintomas e sentimentos relacionados ao
estado da gravidez, maternidade, preocupação natural com a saúde do bebê, com
problemas pessoais relativos à capacidade de adaptação ao seu novo papel e/ou
queixas relacionadas com a condição orgânica da gestante.
- O trabalho
de parto prematuro (é considerado prematuro o feto que nasce entre a 23ª e a
37ª semana).
- Doença
hipertensiva específica da gravidez (o surgimento concomitante ou isolado de
hipertensão, edema e proteinúria – perda de proteínas pela urina) em gestantes
anteriormente saudáveis.
- Diabetes
gestacional (desenvolve-se durante a gravidez e caracteriza-se pela
descompensação dos níveis glicêmicos).
- Amniorrexe
prematura – ruptura da membrana amniótica quando o colo ainda está imaturo e o
feto é prematuro.
Mesmo
que mãe e bebê estejam bem, é importante o psicólogo investigar:
- A
vida conjugal
- Os
eventos de vida estressantes
- Os
problemas relacionados à infância da mãe
- As
disfunções familiares
- A
falta de suporte social
- Os
problemas psiquiátricos existentes
Transtornos Psiquiátricos
O blues atinge de 50 a 75% das puérperas
e, podem apresentar por volta do 4º ou 5º dia após o parto. Esse quadro
clinico, trata-se de um distúrbio emocional transitório e está associado a uma
questão hormonal. Apresenta algum grau de humor depressivo ou de tristeza (labilidade
emocional*, irritabilidade) nos primeiros dias após o parto, que tende a
diminuir após o 10º dia. Esse quadro se diferencia da depressão pós-parto, pois
não apresenta comprometimento da vida social ou da relação entre a mãe e o
bebê.
*labilidade
emocional – instabilidade afetiva.
A depressão
pós-parto é um distúrbio muito comum e os principais fatores de risco são:
- O
desajuste no casamento;
-
Eventos estressantes de vida;
- Expectativas
maternas;
- Preocupações
referente aos cuidados com o bebê;
-
Problemas familiares;
- Falta
de suporte social;
- Ambivalência
na gravidez;
- Estresse
obstétrico;
É
importante ressaltar que sintomas semelhantes à dos quadros depressivos também
ocorrem em outros momentos do ciclo reprodutivo feminino, como a ansiedade,
humor deprimido, insônia, anedonia – incapacidade para sentir prazer.
Embora a psicose
seja um distúrbio menos comum, é o mais grave, pois os riscos para o bebê e
para a mãe são alarmantes. Esse quadro tem início agudo dentro das quatro
primeiras semanas após o parto. Os principais sintomas são: desconfiança,
ideação paranoide, alucinações, discurso incoerente e desorganizado, mutismo,
atos irracionais, confusão mental, desorientação tempo-espacial, alterações de
memória, episódios transitórios de delírios paranoides, alucinações.
A diferença entre mães depressivas e
psicóticas:
- Mães deprimidas: podem acreditar que seus bebês estão doentes ou possuem malformações,
podem sentir-se culpadas por não sentirem amor pelo bebê.
- Mães psicóticas: pode estar sofrendo de algum delírio que coloca em risco sua vida ou a
vida do bebê.
Como intervir?
Devemos
propiciar um espaço facilitador para que possa favorecer uma reorganização e
adaptação da gestante à gravidez de alto risco, parto e puerpério. O atendimento
psicológico pode ser tanto individual quanto em grupo. É de grande importância a
leitura do prontuário e a obtenção de informações com a equipe, para ajudar na
avaliação psicológica. Neste contexto, é preciso verificar as situações conflitantes
frente à gravidez, ao parto e a maternidade em geral, bem como a relação
estabelecida com a gravidez e as reações presentes na hospitalização.
Pediatria
O adoecimento
e a hospitalização infantil provocam experiências emocionais intensas e
complexas e consequentemente há o surgimento de um novo contexto, a mobilização
de recursos internos necessários para a adaptação à nova situação. Após o 5º
dia de hospitalização, as crianças tendem a desenvolver transtornos
psicológicos e/ou comportamentais, por isso é necessário detectar quais são as
variáveis psicológicas da criança e da família que aumentam a probabilidade do desenvolvimento desses transtornos.
As reações
psicológicas frente à doença vão depender da faixa etária da criança,
preocupações com sua integridade física, sensações de desconforto, sentimentos
de abandono, punição e dificuldades no relacionamento social. Pode haver regressão
e passividade frente ao adoecimento, por
exemplo o ambiente hospitalar pode ser visto como algo ameaçador, ativando
manifestações psíquicas regressivas.
A comunicação
com a criança é por muitas vezes, subestimada pela equipe médica que a isola da
compreensão dos fatos. Já os pais, acreditam que estão protegendo seu filho
quando o privam de informações. Mas é fundamental que seja esclarecido para a criança
o que está acontecendo com ela. É seu direito, acompanhar o que se passa com
ela, de acordo com seu nível de maturidade e com suas possibilidades de
compreensão, então cabe aos adultos encontrar palavras que sejam condizentes
com as capacidades de entendimento da criança. Essas informações possibilitam
ao paciente organizar sua vida emocional, mobilizando recursos internos
necessários para o enfrentamento da doença. Em contrapartida, o desconhecimento
do que se passa com o próprio corpo, favorece o aumento do sofrimento psíquico
e, as fantasias tomam o lugar das lacunas deixadas pela falta de esclarecimento.
É evidente que só informar a criança não caracteriza a habilidade de elaboração
do problema. É fundamental avaliar o significado que a doença tem para a
criança e seus familiares, já que as crenças distorcidas que podem comprometer
a adesão ao tratamento, o enfrentamento da doença e os níveis de qualidade de
vida.
Os principais pedidos para atendimento
em enfermaria pediátrica incluem:
- não
colaboração com o tratamento;
- alterações
de comportamento e humor;
- seguimento
após situações traumáticas;
-
acompanhamento em pré ou pós-operatório;
-
acompanhamento após confirmação de diagnósticos graves ou prognósticos
reservados;
- suspeitas de
maus tratos.
A avaliação
psicológica é também um procedimento utilizado na internação de crianças. Quando
bem realizada e conduzida, pode reduzir o tempo de internação, o número de novas
internações e o custo dos tratamentos médicos. Além disso, permite identificar
e compreender o comprometimento emocional do paciente e seus familiares,
identificando o que a doença representa e, as implicações da adaptação frente à
rotina hospitalar.
Material: Professora Lívia, Faculdade UNISA.
UTI
Na
UTI, o principal objetivo é identificar as características de funcionamento psíquico,
se é normal ou patológico – para isso o psicólogo deve ser capaz de distinguir
os quadros psíquicos dos quadros orgânicos.
O psicólogo deve:
-
Acolher;
-
Dar sentido aquele momento;
-
Amenizar os sentimentos, fantasias e dificuldades provenientes dessa atual
situação;
-
Facilitar a elaboração dos conflitos e a reflexão sobre os principais aspectos
de sua vida.
-
Buscar aliviar as angustias;
-
Reduzir o desconforto subjetivo e do comportamento disfuncional;
-
Auxiliar na aderência do tratamento;
-
Criar condições para mobilizar os recursos internos do paciente;
-
Melhorar a qualidade de permanência na UTI.
O
trabalho na UTI segue o mesmo preceito apresentado antes, deve ser focal, com
objetivos claros e limitados, respeitando uma ordem de inicio, meio e fim.
No
primeiro contato com o paciente se faz o exame psíquico, visto que há condições
para algum nível de elaboração, é feito o levantamento de dados,
biopsicossocial, defesas predominantes, entre outras questões citadas no artigo
anterior (Atendimento Hospitalar).
Se
o paciente acaba de voltar de um coma, ou qualquer situação que tenha rebaixado
o seu nível de consciência, o objetivo é fornecer informações quanto à
localização, orientação no tempo/espaço e sobre o funcionamento da unidade
(aparelhos, fios, sonda, entre outros), para evitar que ele se assuste com os
procedimentos realizados nele. Nesse caso, os pacientes com rebaixamento da
consciência (coma I/ II), devem ser estimulados a entrar em contato com a
realidade e auxiliados a passar por esse momento da melhor maneira possível. Esses
atendimentos são realizados pelo menos uma vez por dia (estabelecimento de
vínculos). Normalmente, se o paciente perdeu a habilidade de falar
temporariamente, devido o seu quadro clinico, o psicólogo fala, faz perguntas
para avaliar seu estado psíquico e o paciente responde abrindo e fechando os
olhos, apertando a mão ou encontra outra forma de se comunicar.
Normalmente
o quadro mental mais encontrado na UTI é o
DELIRIUM. Além disso, depressão e
ansiedade são mais frequentes.
DELIRIUM: (As condições
físicas e ambientais contribuem para esse quadro).
- perturbação da
cognição
- redução da clareza da
consciência sobre o ambiente
- comprometimento da
memória
- desorientação
- perturbação da
linguagem e da sensopercepção, do ciclo sono-vigília
- presença de ilusões e
alucinações
- pode se desenvolver
num curto período de tempo
- o estado do paciente
flutua ao longo do dia
Atendimento à família:
Para
acolher a família que está vivenciando esse momento de crise, o psicólogo deve ouvir,
procurar formas de aproximação com a equipe, através de informações claras (sem
uso de jargões) sobre o estado clínico do paciente. É preciso encontrar
maneiras de buscar recursos psicológicos para identificar e lidar com os
sentimentos, as perdas e as adaptações psicológicas necessárias.
Atendimento à equipe:
O
próprio protocolo de trabalho, rígido, mas necessário para possibilitar a
evolução do paciente pode burocratizar as rotinas de trabalho. Isso provoca um
esvaziamento do sentido do trabalho, pois há perda da capacidade reflexiva e
desumanização no cuidado ao paciente. O
psicólogo deve reconhecer a fonte de angustia da equipe, que pode estar voltada
para a impossibilidade de ajudar, mesmo diante de tantos esforços. Então entra
a questão que é lidar com a morte, ou com pacientes terminais. Esse contato
permanente com a dor, o sofrimento e a morte, fazem com que o profissional
padeça de uma sobrecarga emocional e, a partir disso surgem às defesas
psicológicas desadaptativas. Como o psicólogo também faz parte dessa equipe,
ele está sujeito aos mesmos desgastes. Por isso é importante favorecer a
expressão das emoções, para facilitar a maior aproximação da equipe com a percepção
subjetiva do paciente e, a partir disso, trazer subsídios que contribuam para a
reflexão e elaboração das ações que tem como objetivo a humanização do
ambiente, da assistência ao paciente, aos familiares e à própria equipe.
O
Psicólogo na Unidade de Emergência
Embora a contribuição desse profissional possa ser controversa,
a intervenção psicológica, desde que condizente com este contexto, contribui
para a minimização do sofrimento que acompanha o paciente em sua passagem pelo
pronto socorro. Visto que o paciente no pronto socorro não permanecerá lá por
muito tempo, não adianta propor intervenções de longo prazo, os atendimentos
devem ser focais e breves, de modo a minimizar o sofrimento de pacientes e
familiares.
O principal objetivo da psicologia nesse ambiente é favorecer a fluência
das relações e da comunicação entre as pessoas. Buscando contribuir com a emergência
dos recursos internos de cada um para lidar com essa situação adversa. Ou seja,
é preciso flexibilizar as relações para que a equipe possa se adaptar às
necessidades do paciente e da família, além de possibilitar a adaptação desses
às necessidades da equipe. Porém devido ao contexto de urgência, nem sempre a
equipe está disponível para determinadas demandas da família.
Material: Aulas com a professora Lívia .
Material: Aulas com a professora Lívia .
ATENDIMENTO HOSPITALAR

O
principal objetivo da psicologia dentro do hospital é minimizar o sofrimento do
paciente e de seus familiares, tendo em vista que o trabalho é focal, ou seja,
está voltado a atender as necessidades daquela pessoa naquele momento, não
sendo possível realizar grandes mudanças na sua estrutura de personalidade.
Deve levar em consideração a brevidade e a intercorrência que o atendimento
pode apresentar. É importante mencionar que o setting hospitalar difere
bastante do clínico, pois é imprevisível, com pouca (ou nada) privacidade. Por
isso, a utilização de técnicas deve ser cuidadosamente selecionada, visto que
precisam ser de curta duração, diretivas, com metas traçadas e estratégias
distintas.
O foco do
atendimento está voltado para:
-
O processo de adoecimento;
-
O tratamento;
-
O prognóstico;
-
A qualidade de vida;
-
A morte;
-
O luto
-
Entre outras questões que envolvem o processo de adoecimento.
O que deve ser avaliados:
-
A capacidade egóica;
-
O autoconceito;
-
A autoestima;
-
As ansiedades;
-
A estrutura patológica, se é mais ou menos rígida;
-
Se há patologias psicológicas;
-
Os mecanismos de defesa predominantes;
-
Se há ruptura psicótica;
-
Estrutura emocional básica; (há sequelas emocionais?).
-
A Postura frente à vida;
-
A postura frente à doença;
-
Grau de conhecimento sobre a doença;
-
Os potenciais do paciente/ entrevistado;
-
A capacidade intelectual (simbolização e abstração);
-
Tonalidade afetiva frente a determinados assuntos;
-
A correlação do estado psíquico com a doença;
-
A estrutura da personalidade;
-
Situação psicossocial e ambiental;
-
Se há ganhos secundários; (consciente e inconscientes).
-
Transferência e contratransferência.
Posturas frente
à doença:
-
Negação;
-
Raiva;
-
Barganha;
-
Depressão; (reativa: há questionamento de valores / preparatória: é silenciosa,
se prepara para perdas iminentes).
-
Aceitação.
O exame psíquico
contempla:
-
O estado da consciência;
-
Orientação;
-
Sensopercepção;
-
Atenção;
-
Pensamento;
-
Linguagem;
-
Juízo;
-
Memória;
-
Inteligência/ cognição;
-
Consciência do eu;
-
Afetividade;
-
Motivação e volição.
Conduta no
atendimento:
-
Rapport;
-
Ter dinamismo, flexibilidade e senso prático;
-
Habilidade e maturidade para tolerar frustrações;
-
Coleta de dados – às vezes – enquanto intervém;
-
Formular hipótese diagnóstica inicial;
-
Entrevistar familiares;
-
Diagnóstico Situacional;
-
Ter bom senso no momento de levantar ansiedades;
-
Respeitar o tempo do paciente.
Coleta de dados básicos:
- Como era o paciente antes
de adoecer;
- Pedir para relatar um dia
da vida antes de adoecer;
- Como foi a descoberta do
diagnostico;
- O paciente sabe do
diagnostico?
- Houve algum fato marcante
nesse processo?
- Houve mudanças no
comportamento ou na dinâmica familiar?
- Como foi a infância/
adolescência/ vida adulta?
- Com quem mantém contato
social?
Além
disso, é preciso ter em mente que o trabalho do psicólogo hospitalar é sempre
voltado a atender o paciente, a família (quando necessário) e a equipe,
inclusive a área administrativa. Essa equipe pode ser multidisciplinar e
interdisciplinar. No primeiro modelo de trabalho, implica na comunicação entre
as profissões vizinhas que possuem táticas em comum , mas especialidades
diferentes. No segundo modelo de trabalho há uma tentativa de transpor as
fronteiras impostas na divisão de cada especialidade, a linguagem é construída
consensualmente entre os integrantes da equipe, a avaliação e o tratamento são
realizados em conjunto.
“Ao psicólogo cabe
estabelecer e sensibilizar o paciente sobre a natureza e a importância da
assistência psicológica simultânea ao tratamento médico.”
Professora Livia.
Refrência:
Bruscato, W. L. Benedetti, C. Lopes, S. R. A. organizadoras. A prática da Psicologia Hospitalar na Santa Casa de São Paulo: Novas páginas em uma antiga história. Casa do psicólogo.
Refrência:
Bruscato, W. L. Benedetti, C. Lopes, S. R. A. organizadoras. A prática da Psicologia Hospitalar na Santa Casa de São Paulo: Novas páginas em uma antiga história. Casa do psicólogo.
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