“Quase sempre, a doença traz mudanças profundas na vida do individuo e
familiares, que têm de ser elaboradas para readaptação psicossocial”. Nesse sentido, “a assistência psicológica,
dentro do hospital, busca o alívio emocional do paciente e de sua família,
sendo que, muitas vezes, a ajuda a ser prestada implica uma mobilização de
forças, em que a angústia e ansiedade estão presentes”. (...) “Assim, o
paciente, sentindo-se compreendido, percebe-se mais seguro, amparado, aceito e assistido
como um todo, podendo entender sua doença tanto no aspecto fisiológico como nas
implicações emocionais, conscientizando-se do que é real e das fantasias”. Por
tanto, “o psicólogo deve ir ao encontro do paciente e não apenas esperar que o
outro profissional o encaminhe, pois o psicólogo, com seu preparo e
sensibilidade, deve também detectar os pacientes que deverão ser acompanhados”.
É através da fala em si que o psicólogo deve buscar aliviar o sofrimento do paciente
e da família. E “do mesmo modo que o paciente deve ser orientado e preparado
para a internação, também o deve ser para a alta”. Sendo assim, “a tarefa do
psicólogo seria a de participar da orientação dada ao paciente, basicamente
pelo médico, enfermeiras, nutricionista, serviço social, sobre os cuidados a
serem tomados, preparando-o a nova etapa de sua vida, fora do hospital”.
Segundo o ministério da saúde: “O hospital é
parte integrante de uma organização médica e social, cuja a função básica
consiste em proporcionar à população assistência médica-sanitária completa,
tanto curativa quanto preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento,
inclusive domiciliar, e cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar,
constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e
de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe
supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados
tecnicamente.”
O psicólogo, dentro do ambiente hospitalar, surge como um profissional da
saúde que tem uma função importante na
contribuição da humanização. Esta humanização, vai desde o atendimento, à
indicação de internação, orientação médica e a assistência global que o
paciente recebe, incluindo o atendimento de sua família. Sendo assim, os
objetivos do psicólogos em sua atuação hospitalar devem abranger a assistência psicológica
que se deva prestar a pacientes e seus familiares. *
Com relação aos familiares, “além do trabalho em grupo, o psicólogo faria
o trabalho de apoio psicológico individual. Os familiares precisam ter a
oportunidade de falar da doença, de seus medos, fantasias sobre a morte, a
evolução da doença, expressando seus sentimentos”. A partir disso, “é cabível
que o psicólogo incentive os familiares a perguntar sobre a evolução e
tratamento da doença, devendo esta conduta ser considerada um direito da
família e do paciente”.
Além disso, “cabe ao psicólogo aclarar aos outros profissionais da saúde
a abrangência do atendimento psicológico, seus alcances e suas limitações”.
_______________________________________________________________________________
*Dados obtidos da entrevista com Dra. Mathilde Neder / Livro Psicologia Hospitalar - A atuação do psicólogo em hospitais.
_______________________________________________________________________________
*No SÉCULO
XX ouve um distanciamento da possibilidade de morte, pois significava:
•
Morrer
é perder: morte como algo vergonhoso, fracasso.
•
A
não valorização da manifestação do luto;
•
A
dificuldade em perceber, conviver com os sinais da morte.
Segundo
Elisabeth Kubler Ross:
Diante da
possibilidade de morte é comum as pessoas apresentarem um conjunto de
comportamentos e sentimentos, conhecidos como “estágios/atitudes diante da
morte.” Estariam a serviço da dificuldade de lidar com o fato em si, sou
seja, a morte e questões relacionadas a ela. Pensando nisso, há alguns
estágios vivenciados por aqueles que entram em contato com esta realidade:
1º.
Estágio: Negação ou Isolamento
Em geral,
observa-se que logo após um diagnóstico que remeta o indivíduo a possibilidade
de morte iminente, é comum:
•
Negar o fato:
“não, isto não é verdade”, “isto não pode estar acontecendo comigo!”, “deve haver
algum engano!”, “vou procurar outro médico!”, “os exames devem estar errados!”
•
A
negação pode tbém ser expressa através de falas e comportamentos que denotam um
“ignorar” o problema - agir como se nada tivesse acontecido.
•
Isolamento:
Algumas pessoas procuram ficar só, recusando-se a falar sobre o assunto.
2º.
Estágio: Raiva
Sentimentos
de ira e revolta são muito comuns neste estágio.
•
“tanta
gente ruim no mundo, e logo comigo?”
•
A
vida não é justa ... por que eu? Sempre fiz tudo certo!
3º.
Estágio: Barganha
•
Acordos
e combinados são realizados visando a cura completa do problema que o aflige.
•
Frequentemente
a barganha é feita com divindades espirituais
•
4º. Estágio: Depressão
•
Fase
em que a necessidade de reflexão da situação torna-se evidente para o indivíduo.
•
Importante! observação e acompanhamento próximo é
importantíssimo para o não desenvolvimento de uma patologia
5º.
Estágio: Aceitação
•
Não
devemos confundir com “conformismo”
•
A
aceitação envolve encarar o fato como realmente é;
•
Pensar
soluções reais e encaminhamentos de vida;
•
Traçar
planos e metas para a situação que se apresenta.
AS QUESTÕES
LIGADAS AO VÍNCULO FAMILIAR;
•
Crianças
fisicamente doentes são afetadas em sua integridade;
•
A
doença é sentida como uma invasão ao seu organismo como um todo.
OBJETIVOS
DAS INTERVENÇÕES:
•
Minimizar
o sofrimento da criança hospitalizada.
Fatores
observados durante a internação de crianças:
a) Sensação
de abandono (choro, sentimentos regredidos), dificuldade em entender a nova
situação;
b) Medo do
desconhecido (falta de comunicação, fantasias e imagens muito ruins sobre
hospitalização);
c) Sensação
de punição e culpa; Limitação de atividades
d) Surgimento
ou intensificação da dor física
Importância
da clareza do trabalho Psicológico:
•
Conhecimento
da rotina da enfermaria;
•
Atividades
individuais ou grupos; leito ou na sala de recreação;
•
Incentivar
atividades produtivas ou expressivas;
•
Levantar
e orientar problemas sérios apresentados pelas crianças;
•
Preparar
a criança para a hospitalização, cirurgias, exames e morte (quando for o caso);
•
Tentar
eliminar ou amenizar fatores inerentes à hospitalização (medo do desconhecido,
realidade da doença).
COM RELAÇÃO À
FAMÍLIA
“O
indivíduo não pode construir completamente sua própria história; ele se ancora
em uma história familiar que o precede, da qual vai extrair a substância de
suas fundamentações narcísicas, e tomar um lugar de sujeito”. (Eiguer, 1995,
p.134)
A FAMÍLIA É
percebida como um grupo específico, regido por regras e proibições. Por
articular as relações entre os diferentes membros e as diferentes gerações, é
também responsável por articular o lugar de cada um no meio social.
Sua missão é
apoiar-se em seus próprios mitos, é articular as relações entre os membros,
gerações e, do indivíduo no conjunto social. Perpetua sua própria existência,
para além do ciclo de vida de seus membros. Ao unir-se com outra família, procura
manter-se idêntica.
*Material obtido das aulas da professora Ivete De Souza Yavo
- Faculdade UNISA.
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Imagens : Google
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