A internação compulsória de dependentes de crack não é a maneira mais eficiente de se lidar com o problema do vício, segundo especialistas da ONU e da OMS (Organização Mundial da Saúde) ouvidos pela BBC Brasil.
Para o médico italiano Gilberto
Gerra, chefe do departamento de prevenção às drogas e saúde do Escritório das
Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC, na sigla em inglês), é
necessário oferecer aos viciados "serviços atrativos e uma assistência
social sólida".
"Uma boa cura de desintoxicação
envolve tratamento de saúde, inclusive psiquiátrico para diagnosticar as causas
do vício, pessoas especializadas e sorridentes para lidar com os dependentes e
incentivos como alimentação, moradia e ajuda para arrumar um emprego", diz
Gerra.
"O Brasil precisa investir
recursos para oferecer serviços que funcionem e ofereçam acompanhamento médico
completo, proteção social, comida e trabalho para os dependentes", afirma.
De acordo com ele, o Brasil tem bons
profissionais no campo do tratamento das drogas, mas faltam especialistas, e a
rede médica nessa área é insuficiente.
Segundo Gerra, a internação
compulsória deve ocorrer pelo prazo máximo de algumas semanas e só se justifica
quando o dependente apresenta comportamento perigoso para a sociedade ou para
si próprio.
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