quinta-feira, 13 de junho de 2013

ATENDIMENTO HOSPITALAR


O principal objetivo da psicologia dentro do hospital é minimizar o sofrimento do paciente e de seus familiares, tendo em vista que o trabalho é focal, ou seja, está voltado a atender as necessidades daquela pessoa naquele momento, não sendo possível realizar grandes mudanças na sua estrutura de personalidade. Deve levar em consideração a brevidade e a intercorrência que o atendimento pode apresentar. É importante mencionar que o setting hospitalar difere bastante do clínico, pois é imprevisível, com pouca (ou nada) privacidade. Por isso, a utilização de técnicas deve ser cuidadosamente selecionada, visto que precisam ser de curta duração, diretivas, com metas traçadas e estratégias distintas.

O foco do atendimento está voltado para:

- O processo de adoecimento;
- O tratamento;
- O prognóstico;
- A qualidade de vida;
- A morte;
- O luto
- Entre outras questões que envolvem o processo de adoecimento.

O que deve ser avaliados:

- A capacidade egóica;
- O autoconceito;
- A autoestima;
- As ansiedades;
- A estrutura patológica, se é mais ou menos rígida;
- Se há patologias psicológicas;
- Os mecanismos de defesa predominantes;
- Se há ruptura psicótica;
- Estrutura emocional básica; (há sequelas emocionais?).
- A Postura frente à vida;
- A postura frente à doença;
- Grau de conhecimento sobre a doença;
- Os potenciais do paciente/ entrevistado;
- A capacidade intelectual (simbolização e abstração);
- Tonalidade afetiva frente a determinados assuntos;
- A correlação do estado psíquico com a doença;
- A estrutura da personalidade;
- Situação psicossocial e ambiental;
- Se há ganhos secundários; (consciente e inconscientes).
- Transferência e contratransferência.

Posturas frente à doença:

- Negação;
- Raiva;
- Barganha;
- Depressão; (reativa: há questionamento de valores / preparatória: é silenciosa, se prepara para perdas iminentes).
- Aceitação.

O exame psíquico contempla:

- O estado da consciência;
- Orientação;
- Sensopercepção;
- Atenção;
- Pensamento;
- Linguagem;
- Juízo;
- Memória;
- Inteligência/ cognição;
- Consciência do eu;
- Afetividade;
- Motivação e volição.

Conduta no atendimento:

- Rapport;
- Ter dinamismo, flexibilidade e senso prático;
- Habilidade e maturidade para tolerar frustrações;
- Coleta de dados – às vezes – enquanto intervém;
- Formular hipótese diagnóstica inicial;
- Entrevistar familiares;
- Diagnóstico Situacional;
- Ter bom senso no momento de levantar ansiedades;
- Respeitar o tempo do paciente.

Coleta de dados básicos:

- Como era o paciente antes de adoecer;
- Pedir para relatar um dia da vida antes de adoecer;
- Como foi a descoberta do diagnostico;
- O paciente sabe do diagnostico?
- Houve algum fato marcante nesse processo?
- Houve mudanças no comportamento ou na dinâmica familiar?
- Como foi a infância/ adolescência/ vida adulta?
- Com quem mantém contato social?

Além disso, é preciso ter em mente que o trabalho do psicólogo hospitalar é sempre voltado a atender o paciente, a família (quando necessário) e a equipe, inclusive a área administrativa. Essa equipe pode ser multidisciplinar e interdisciplinar. No primeiro modelo de trabalho, implica na comunicação entre as profissões vizinhas que possuem táticas em comum , mas especialidades diferentes. No segundo modelo de trabalho há uma tentativa de transpor as fronteiras impostas na divisão de cada especialidade, a linguagem é construída consensualmente entre os integrantes da equipe, a avaliação e o tratamento são realizados em conjunto. 


“Ao psicólogo cabe estabelecer e sensibilizar o paciente sobre a natureza e a importância da assistência psicológica simultânea ao tratamento médico.” Professora Livia.


Refrência: 

Bruscato, W. L. Benedetti, C. Lopes, S. R. A. organizadoras. A prática da Psicologia Hospitalar na Santa Casa de São Paulo: Novas páginas em uma antiga história. Casa do psicólogo.

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