Na
UTI, o principal objetivo é identificar as características de funcionamento psíquico,
se é normal ou patológico – para isso o psicólogo deve ser capaz de distinguir
os quadros psíquicos dos quadros orgânicos.
O psicólogo deve:
-
Acolher;
-
Dar sentido aquele momento;
-
Amenizar os sentimentos, fantasias e dificuldades provenientes dessa atual
situação;
-
Facilitar a elaboração dos conflitos e a reflexão sobre os principais aspectos
de sua vida.
-
Buscar aliviar as angustias;
-
Reduzir o desconforto subjetivo e do comportamento disfuncional;
-
Auxiliar na aderência do tratamento;
-
Criar condições para mobilizar os recursos internos do paciente;
-
Melhorar a qualidade de permanência na UTI.
O
trabalho na UTI segue o mesmo preceito apresentado antes, deve ser focal, com
objetivos claros e limitados, respeitando uma ordem de inicio, meio e fim.
No
primeiro contato com o paciente se faz o exame psíquico, visto que há condições
para algum nível de elaboração, é feito o levantamento de dados,
biopsicossocial, defesas predominantes, entre outras questões citadas no artigo
anterior (Atendimento Hospitalar).
Se
o paciente acaba de voltar de um coma, ou qualquer situação que tenha rebaixado
o seu nível de consciência, o objetivo é fornecer informações quanto à
localização, orientação no tempo/espaço e sobre o funcionamento da unidade
(aparelhos, fios, sonda, entre outros), para evitar que ele se assuste com os
procedimentos realizados nele. Nesse caso, os pacientes com rebaixamento da
consciência (coma I/ II), devem ser estimulados a entrar em contato com a
realidade e auxiliados a passar por esse momento da melhor maneira possível. Esses
atendimentos são realizados pelo menos uma vez por dia (estabelecimento de
vínculos). Normalmente, se o paciente perdeu a habilidade de falar
temporariamente, devido o seu quadro clinico, o psicólogo fala, faz perguntas
para avaliar seu estado psíquico e o paciente responde abrindo e fechando os
olhos, apertando a mão ou encontra outra forma de se comunicar.
Normalmente
o quadro mental mais encontrado na UTI é o
DELIRIUM. Além disso, depressão e
ansiedade são mais frequentes.
DELIRIUM: (As condições
físicas e ambientais contribuem para esse quadro).
- perturbação da
cognição
- redução da clareza da
consciência sobre o ambiente
- comprometimento da
memória
- desorientação
- perturbação da
linguagem e da sensopercepção, do ciclo sono-vigília
- presença de ilusões e
alucinações
- pode se desenvolver
num curto período de tempo
- o estado do paciente
flutua ao longo do dia
Atendimento à família:
Para
acolher a família que está vivenciando esse momento de crise, o psicólogo deve ouvir,
procurar formas de aproximação com a equipe, através de informações claras (sem
uso de jargões) sobre o estado clínico do paciente. É preciso encontrar
maneiras de buscar recursos psicológicos para identificar e lidar com os
sentimentos, as perdas e as adaptações psicológicas necessárias.
Atendimento à equipe:
O
próprio protocolo de trabalho, rígido, mas necessário para possibilitar a
evolução do paciente pode burocratizar as rotinas de trabalho. Isso provoca um
esvaziamento do sentido do trabalho, pois há perda da capacidade reflexiva e
desumanização no cuidado ao paciente. O
psicólogo deve reconhecer a fonte de angustia da equipe, que pode estar voltada
para a impossibilidade de ajudar, mesmo diante de tantos esforços. Então entra
a questão que é lidar com a morte, ou com pacientes terminais. Esse contato
permanente com a dor, o sofrimento e a morte, fazem com que o profissional
padeça de uma sobrecarga emocional e, a partir disso surgem às defesas
psicológicas desadaptativas. Como o psicólogo também faz parte dessa equipe,
ele está sujeito aos mesmos desgastes. Por isso é importante favorecer a
expressão das emoções, para facilitar a maior aproximação da equipe com a percepção
subjetiva do paciente e, a partir disso, trazer subsídios que contribuam para a
reflexão e elaboração das ações que tem como objetivo a humanização do
ambiente, da assistência ao paciente, aos familiares e à própria equipe.
O
Psicólogo na Unidade de Emergência
Embora a contribuição desse profissional possa ser controversa,
a intervenção psicológica, desde que condizente com este contexto, contribui
para a minimização do sofrimento que acompanha o paciente em sua passagem pelo
pronto socorro. Visto que o paciente no pronto socorro não permanecerá lá por
muito tempo, não adianta propor intervenções de longo prazo, os atendimentos
devem ser focais e breves, de modo a minimizar o sofrimento de pacientes e
familiares.
O principal objetivo da psicologia nesse ambiente é favorecer a fluência
das relações e da comunicação entre as pessoas. Buscando contribuir com a emergência
dos recursos internos de cada um para lidar com essa situação adversa. Ou seja,
é preciso flexibilizar as relações para que a equipe possa se adaptar às
necessidades do paciente e da família, além de possibilitar a adaptação desses
às necessidades da equipe. Porém devido ao contexto de urgência, nem sempre a
equipe está disponível para determinadas demandas da família.
Material: Aulas com a professora Lívia .
Material: Aulas com a professora Lívia .
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quero saber o que você achou desse post. Deixe seu comentário aqui que eu vou tentar responder na medida do possível!