terça-feira, 24 de setembro de 2013

PSICÓLOGO HOSPITALAR


“Quase sempre, a doença traz mudanças profundas na vida do individuo e familiares, que têm de ser elaboradas para readaptação psicossocial”.  Nesse sentido, “a assistência psicológica, dentro do hospital, busca o alívio emocional do paciente e de sua família, sendo que, muitas vezes, a ajuda a ser prestada implica uma mobilização de forças, em que a angústia e ansiedade estão presentes”. (...) “Assim, o paciente, sentindo-se compreendido, percebe-se mais seguro, amparado, aceito e assistido como um todo, podendo entender sua doença tanto no aspecto fisiológico como nas implicações emocionais, conscientizando-se do que é real e das fantasias”. Por tanto, “o psicólogo deve ir ao encontro do paciente e não apenas esperar que o outro profissional o encaminhe, pois o psicólogo, com seu preparo e sensibilidade, deve também detectar os pacientes que deverão ser acompanhados”. É através da fala em si que o psicólogo deve buscar aliviar o sofrimento do paciente e da família. E “do mesmo modo que o paciente deve ser orientado e preparado para a internação, também o deve ser para a alta”. Sendo assim, “a tarefa do psicólogo seria a de participar da orientação dada ao paciente, basicamente pelo médico, enfermeiras, nutricionista, serviço social, sobre os cuidados a serem tomados, preparando-o a nova etapa de sua vida, fora do hospital”.

Segundo o ministério da saúde: “O hospital é parte integrante de uma organização médica e social, cuja a função básica consiste em proporcionar à população assistência médica-sanitária completa, tanto curativa quanto preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive domiciliar, e cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente.”  
O psicólogo, dentro do ambiente hospitalar, surge como um profissional da saúde  que tem uma função importante na contribuição da humanização. Esta humanização, vai desde o atendimento, à indicação de internação, orientação médica e a assistência global que o paciente recebe, incluindo o atendimento de sua família. Sendo assim, os objetivos do psicólogos em sua atuação hospitalar devem abranger a assistência psicológica que se deva prestar a pacientes e seus familiares. *

“É necessário que o psicólogo leve o indivíduo a conhecer suas potencialidades, perceber as relações com suas atitudes e suas próprias experiências, sua doença e suas reações no seu contexto de vida, fortalecendo suas possibilidades pessoais de enfrentar e lidar com as situações de crise, buscando evitar ou aliviar o sofrimento psicológico que causam”.  Por isso, “o psicólogo precisa conhecer o paciente e seus familiares, tornando-os conhecidos dos outros membros da equipe, compreendendo-os e dando-lhes suporte, auxiliando-os no enfrentamento de seus problemas de ajustamento e fazendo o acompanhamento psicológico necessário”.

Com relação aos familiares, “além do trabalho em grupo, o psicólogo faria o trabalho de apoio psicológico individual. Os familiares precisam ter a oportunidade de falar da doença, de seus medos, fantasias sobre a morte, a evolução da doença, expressando seus sentimentos”. A partir disso, “é cabível que o psicólogo incentive os familiares a perguntar sobre a evolução e tratamento da doença, devendo esta conduta ser considerada um direito da família e do paciente”.
Além disso, “cabe ao psicólogo aclarar aos outros profissionais da saúde a abrangência do atendimento psicológico, seus alcances e suas limitações”.  

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*Dados obtidos da entrevista com Dra. Mathilde Neder / Livro Psicologia Hospitalar -  A atuação do psicólogo em hospitais. 
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*No SÉCULO XX ouve um distanciamento da possibilidade de morte, pois significava:
      Morrer é perder: morte como algo vergonhoso, fracasso.
      A não valorização da manifestação do luto;
      A dificuldade em perceber, conviver com os sinais da morte.
Segundo Elisabeth Kubler Ross:
Diante da possibilidade de morte é comum as pessoas apresentarem um conjunto de comportamentos e sentimentos, conhecidos como “estágios/atitudes diante da morte.” Estariam a serviço da dificuldade de lidar com o fato em si, sou seja, a morte e questões relacionadas a ela. Pensando nisso, há alguns estágios vivenciados por aqueles que entram em contato com esta realidade:
1º. Estágio: Negação ou Isolamento
Em geral, observa-se que logo após um diagnóstico que remeta o indivíduo a possibilidade de morte iminente, é comum:
      Negar o fato: “não, isto não é verdade”, “isto não pode estar acontecendo comigo!”, “deve haver algum engano!”, “vou procurar outro médico!”, “os exames devem estar errados!”
      A negação pode tbém ser expressa através de falas e comportamentos que denotam um “ignorar” o problema - agir como se nada tivesse acontecido.
      Isolamento: Algumas pessoas procuram ficar só, recusando-se a falar sobre o assunto.
2º. Estágio: Raiva
Sentimentos de ira e revolta são muito comuns neste estágio.
         “tanta gente ruim no mundo, e logo comigo?”
         A vida não é justa ... por que eu? Sempre fiz tudo certo!
3º. Estágio: Barganha
         Acordos e combinados são realizados visando a cura completa do problema que o aflige.
         Frequentemente a barganha é feita com divindades espirituais
         4º. Estágio: Depressão
         Fase em que a necessidade de reflexão da situação torna-se evidente para o indivíduo.
         Importante!  observação e acompanhamento próximo é importantíssimo para o não desenvolvimento de uma patologia
5º. Estágio: Aceitação
         Não devemos confundir com “conformismo”
         A aceitação envolve encarar o fato como realmente é;
         Pensar soluções reais e encaminhamentos de vida;
         Traçar planos e metas para a situação que se apresenta.

Na Infância
AS QUESTÕES LIGADAS AO VÍNCULO FAMILIAR;
      Crianças fisicamente doentes são afetadas em sua integridade;
      A doença é sentida como uma invasão ao seu organismo como um todo.
OBJETIVOS DAS INTERVENÇÕES:
      Minimizar o sofrimento da criança hospitalizada.

Fatores observados durante a internação de crianças:
a) Sensação de abandono (choro, sentimentos regredidos), dificuldade em entender a nova situação;
b) Medo do desconhecido (falta de comunicação, fantasias e imagens muito ruins sobre hospitalização);
c) Sensação de punição e culpa; Limitação de atividades
d) Surgimento ou intensificação da dor física

Importância da clareza do trabalho Psicológico:
      Conhecimento da rotina da enfermaria;
      Atividades individuais ou grupos; leito ou na sala de recreação;
      Incentivar atividades produtivas ou expressivas;
      Levantar e orientar problemas sérios apresentados pelas crianças;
      Preparar a criança para a hospitalização, cirurgias, exames e morte (quando for o caso);
      Tentar eliminar ou amenizar fatores inerentes à hospitalização (medo do desconhecido, realidade da doença).

COM RELAÇÃO À FAMÍLIA
“O indivíduo não pode construir completamente sua própria história; ele se ancora em uma história familiar que o precede, da qual vai extrair a substância de suas fundamentações narcísicas, e tomar um lugar de sujeito”. (Eiguer, 1995, p.134)
A FAMÍLIA É percebida como um grupo específico, regido por regras e proibições. Por articular as relações entre os diferentes membros e as diferentes gerações, é também responsável por articular o lugar de cada um no meio social.
Sua missão é apoiar-se em seus próprios mitos, é articular as relações entre os membros, gerações e, do indivíduo no conjunto social. Perpetua sua própria existência, para além do ciclo de vida de seus membros. Ao unir-se com outra família, procura manter-se idêntica.

*Material obtido das aulas da professora Ivete De Souza Yavo -  Faculdade UNISA.
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Imagens : Google

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