A seguir foram elencadas algumas condições que indicam o
comportamento de compra dos consumidores, segundo Mosca (2008, p.44):

Neste artigo, focamos nas relações que os indivíduos estabelecem
com os produtos e serviços a ele oferecidos. É útil comentar que antes de lançar qualquer
oferta no mercado, as empresas investigam através de pesquisas focadas no
público alvo, quais as necessidades e preferências dos consumidores. Com base
nesses resultados, a imagem, identidade, marca, ou seja, toda a campanha
publicitária é realizada. Mas o que está envolvido no processo intra e
interpessoal de decisão? O que está subjacente ao comportamento de compra? Esta
é uma questão realmente complexa, pois não envolve somente o desejo de obter
determinado produto, mas toda as características que compõem a singularidade do
indivíduo. É preciso investigar como se processa a informação do consumidor, o
que determina os aspectos afetivo-cognitivo, as motivações que levam ao
comportamento de consumir, as influências dos grupos, inclusive a família, na
decisão de compra, além das diferenças individuais e culturais que permeiam a
vida econômica da população.
Mosca (2008) comenta um artigo que diz – O consumidor é apresentado
como “autônomo e poderoso, ante uma
grande oferta de diversidade, com acesso a múltiplas fontes de informação, com
maiores níveis de renda e gasto, podendo recorrer a diversos canais de distribuição
e acesso a provedores de qualquer lugar do mundo.” (http://www.inpsicon.com/info/quienes.php,
acesso em 18/05/05). Dessa forma, “serão
muitos fatores que determinarão suas escolhas, como seu grupo cultural, nível
educacional, classe social, ocupação, exposição constante às mensagens
publicitárias e experiências pessoais com diferentes produtos, que constituirão
uma aprendizagem de consumo.” (Mosca, 2008, p.77).
O ato de “escolha” está presente em qualquer momento da vida de
todos os indivíduos, mesmo a inércia é uma escolha e, por tanto passou por um
crivo avaliativo do pensamento. Nas palavras de Mosca (2008) essa tomada de
decisão pode ser pesquisada com ajuda de diferentes métodos, geralmente
apoiados em linhas da psicologia comportamental, cognitiva e social (Earl,
1990).
“Como não é possível
satisfazer todas as necessidades, somos forçados a escolher entre alternativas,
o que pode implicar a dor de renunciar às vantagens das outras opções.” (Mosca,
2008. P43).
Todo indivíduo tem
preferências transitivas e consistentes bem definidas, e não as muda
arbitrariamente;
Quanto menor a quantidade de
um bem que uma pessoa tiver, menor será seu desejo de renunciar a uma unidade
daquilo, para obter uma unidade adicional de um segundo bem;
Maximização de utilidade –
todo indivíduo procura alcançar o máximo de satisfação, lucro ou retorno
possível, pelo esforço ou investimento empenhado em suas ações para obtê-lo;
Sobre a teoria da oferta e da
procura, acredita-se que as mercadorias sejam desejadas por si mesmas, e não
pelos vários atributos que possam reunir;
Com relação à motivação para poupar, Keynes destaca algumas razões:
O impulso para atingir um
objetivo no curto ou médio prazo;
A precaução frente a um
imprevisto;
O hábito de poupar;
Poupar a sobra, não intencional,
da renda;
Disposição para poupar;
Lindqvist (1981, apud Groenland, 1999) acrescenta:
A disposição para administrar
o caixa;
Se prevenir de desastres
financeiros;
E adquirir bens duráveis.
Mas não são todas as pessoas que estão dispostas a este
comportamento poupador, para grande parte da população contemporânea, o crédito
é utilizado para pagar (após usufruir) os produtos ou serviços oferecidos. Segundo
Mosca (2008, p.244.245) através dos estudos realizados pela psicologia
econômica, podemos relatar oito características que, provavelmente, indicam as
causas que levam utilização indiscriminada do crédito para alguns em contraste
com outros que preferem poupar.
2.
Socialização
econômica; (leva em consideração a educação econômica na
família desde a infância).
3.
Comparação
social;
4.
Estilo
de administração financeira; (envolve as diferentes personalidades,
família e cultura).
5.
Comportamento
de consumo; (Considera a relação entre desejo e
necessidade).
6.
Horizonte
temporal individual; (a capacidade de adiar uma gratificação)
7.
Atitudes
frente ao endividamento;
8.
Lócus de
controle; (responsabilidade e controle).
“No
Brasil, começamos a ver um interesse crescente, por parte de organizações
públicas e privadas, pelo desenvolvimento de programas de intervenção
psicoeconômica, cujo alvo seja a orientação e conscientização de cidadãos,
usuários de serviços ou funcionários de empresas, com relação ao problema do
sobreendividamento*”.(Mosca, 2008, p. 248)
*Sobreendividamento – a pessoa tem problemas com dívidas, que
talvez não consiga saldar, nem agora, nem no futuro, até onde se possa
enxergar. (Mosca, 2008, p.241).
A complexidade envolvida no estudo da psicologia econômica exige
mais duas explanações sobre a influência das decisões domésticas e da compulsividade
apresentada por alguns indivíduos no comportamento de compra – que serão
explanados em outro momento.
Referência:
Mosca, A. (2008). Coleção expo money pro - finanças comportamentais.
Campus – Grupo Elsevier.
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