Psicologia Econômica – Compras compulsivas

Esse assunto pressupõem dois possíveis pontos principais de análise: “apesar de enfocar o aspecto de compra, que é p comportamento de consumo por excelência, situa-se a léguas de distância da vertente explorada pela psicologia do consumidor, voltada para o marketing e publicidade, preocupa-se, ao contrário, com as consequências de extremo prejuízo para quem o apresenta; o segundo eixo é a possibilidade de aproximação direta com a abordagem clínica, o que é raro dentro da psicologia econômica.” (Mosca, 2008, p.259).

 A compra compulsiva pode ser entendida como um impulso da mente que leva o indivíduo a ter comportamentos, que na sua opinião e, até mesmo na opinião de outras pessoas, são incomuns e incompreensíveis. (Mosca, 2008).

De acordo com a psiquiatria, o comportamento compulsivo é aquele que revela propensão ao vício; traço compulsivo; origem em motivação repetitiva; irresistível e persistentemente avassaladora para comprar, o que pode trazer prazer e alívio, embora, também dano a si mesmo ou a outros. (Friese, op. cit.).

Nas palavras de Mosca, (2008, p. 260) a Organização Mundial da Saúde define esse tipo de comportamento com base em seis características, que expressariam a dependência da pessoa em relação a fontes externas para:

1.      Compensar uma falta interna;

2.      Ou um Self vazio;

3.      Instala-se dependência ao longo do tempo;

4.   Nesse contexto, significa que fontes alternativas de satisfação genuína não estão presentes – o viciado sente um impulso irresistível de se envolver repetidamente naquele comportamento;

5.      Não sendo a necessidade verdadeira jamais satisfeita pelo comportamento de vicio, o viciado sente a necessidade de aumentar a dose;

6.      Quando impedido de fazê-lo, manifesta síndrome de abstinência.

Como perceber que alguém está realmente apresentando um comportamento de compra compulsiva? Friese descreveu da seguinte forma:

1.      A pessoa precisa comprar para equilibrar seu estado de humor, como fonte de alívio de estresse, entre outras emoções desagradáveis;

2.      A experiência de comprar é o causador da compulsão e não o objeto em si, adquirido. Seja com finalidade de consumo próprio ou presentar outra pessoa, que por sua vez acarreta ganhos secundários.

3.      Necessidade incontrolável crescente de comprar, sem nunca alcançar o alívio;

4.      O ato nem sempre é impulsivo, pode ser planejado.

5.      O local escolhido para comprar, normalmente costuma ser o mesmo. E se repetem com mais frequência durante os períodos de depressão leve e moderada;

6.  Tanto a loja quanto o produto alvo estão associados à autoimagem idealizada pelo compulsivo.

7.   O comportamento, na maioria dos casos, é reconhecida como prazerosa, podendo ser equiparada à sensação causada por drogas ilícitas o popular “barato”.

Quanto ao perfil das pessoas que apresentam o comportamento compulsivo:

·         Não há diferença entre as idades; estado civil; localização geográfica;

·         O consumo condiz com a baixa autoestima; níveis altos de depressão; traços obsessivo-compulsivos e tendência a ansiedade, dependência química, transtornos alimentares e de controle de impulsos;

·         Costumam ser indivíduo mais materialistas, porém não mais possessivos;

·          Possui a crença de que a aquisição de bens leva ao sucesso, felicidade e autoafirmação;

·          É predominante em mulheres;

·         A frequência desses episódios ocorre entre 1 e 30 por mês, com duração de 1 a 7 horas em cada vez.

“Como indicações de tratamento do transtorno, são indicados a psicanálise, terapia cognitivo comportamental, psiquiátrico e/ou grupos de auto ajuda. (...) É imprescindível que o problema possa ser reconhecido como uma doença, e não como motivo para zombaria ou outras reações inadequadas e prejudiciai a seu portador.” (Mosca, 2008, p.283). 

    Referência:

Mosca, A. (2008). Coleção expo money pro - finanças comportamentais. Campus – Grupo Elsevier.

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